Não vou falar de Flores...
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão
Amigos,
Perdão, mas hoje, véspera das eleições para presidente eu não vou falar de flores.
Em 15 de
março de 1979 (como me lembro deste dia) eu estava, à noite, na cantina da
Estácio, no campus da Rua do Bispo, o único que existia, vendo pela TV o
General Figueiredo prometendo: “Ei de fazer deste país uma democracia”.
Naquele mesmo ano, gritei “Anistia ampla, geral e irrestrita”
e me alegrei com a “volta do irmão do Henfil e de tanta gente que partiu”. Li
todos os livros que eles – os ex-terroristas – escreveram. Fui a palestras, fiz
cursos, participei de debates, seminários, encontros... Quem _ da minha geração
– esquece eventos da Escola Senador Correia, da Bennetti e de tantos outros
lugares que eram fonte de atualização. Havia tanta coisa para contar. Antes a
censura, os censores, o boicote financeiro não deixavam.
O sonho: a volta do irmão do Henfil... e de tanta gente que partiu..
O Correio da Manhã, não aquentou. Não viveu para cobrir.
Teve, antes, o seu ocaso. Muitos também
não puderam voltar. Morreram nos porões ou sumiram na imensidão do mar.
Triste... Mas a anistia chegou caminhando “a favor” do vento. Mas muita bomba
ainda ia explodir.
Vi o Partido dos Trabalhadores nascer. Apaixonei-me por
Lula. Militei. Convergência Socialista, Alicerce da Juventude eram as minhas
bandeiras. Já formada, jornalista e militante, cobri e gritei pelas Diretas já.
Chorei na Cinelândia quando o placar parou em 298 – 22 votos a menos.
Anos depois, em 89, finalmente voltei pela primeira vez para
presidente. Para Mário Covas foi o meu voto. Depois coloquei Lula lá... E hoje,
25 anos depois, pergunto: Para onde Lula foi?
Amanhã, dia 26 de outubro de 2014 votaremos para presidente
escolhendo entre Dilma e Aécio. Fico com
o segundo, porque a Dilma do Lula Lá, já não me convence, apesar da militância
xiita dos petistas. Pt nunca mais. Não vou discutir e nem querer convencer
ninguém, mas eu me convenci de que o Brasil em que eu vivi nas últimas décadas
decididamente não é o que eu queria viver. Não quero continuar no estado atual.
Quero chegar ao estado desejado e opto pelo novo que, neste momento, é Aécio.
Dispenso catequese. Os fatos já me catequizaram. Corrupção,
roubos, escândalos, mensalões. Prefiro o PT como oposição. Com o poder ele se
corrompeu e rompeu com suas raízes, origens e princípios. Se “não saber” é
justificativa, então justifica a afirmação de que – no mínimo - são incompetentes
para gerir uma nação. Sinceramente, Lula Lá? Lá Longe... e levando a Dilma.
Para mim o PT PT.
Sandra Braconnot
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